domingo, novembro 28, 2010

Ataques no Rio de Janeiro - Cortando o mal pela raiz.

Cortando o mal pela raiz.

Cortar o mal pela raiz é o que o secretário de segurança do Rio de Janeiro anda dizendo à torto e a direito. Bom ele acha que está certo; muitos outros acreditam que ele está certo. Com o apoio da mídia, das forças armadas e das policias, o plano de amedrontamento do povo e de extermínio de pretos e pobres está sendo legitimado.

É o que faltava pra compor o plano de segurança pública, o medo, o terror, o caos instalado. O alarde midiático é tão grande que se tem a impressão de uma guerra de verdade aqui no Brasil, com um macabro detalhe, só um lado está sendo morto, quiçá, os bandidos, por ventura desarmados. Seriam os causadores de todo o mal que por lá perdura?

Claro que é conveniente apontar os culpados e exterminá-los, é muito fácil. “Eles estão de fuzil”, vendendo droga”. A meta tem que ser cumprida não podemos recuar. Diz o secretário José Mariano Beltrame. Pelo menos 35 pessoas já foram mortas em apenas 5 dias de “conflito”. Peraí, que conflito? Quem está atirando, quem está morrendo? Infelizmente pessoas inocentes estão sendo alvejadas e abatidas nas ruas, nos seus lares, nas comunidades e por ai vai, tem bala perdida pra todos os gostos.

Outra parcela da população aplaude os feitos dos militares, bradam em frente às câmeras quando são questionados, que o governo está fazendo o certo, que tem que matar bandido mesmo, prender é muito pouco. Muita gente tem esse pensamento, incrédulos de um sistema que deu errado, vêem a solução do problema através da matança, embora esses aí são os mesmos que concordam com a propina pra se livrar da multa por excesso de velocidade, concordam com “café” pro policial pelo baseadinho no carro, são esses que se escondem atrás de um computador pra querer mortos pretos e nordestinos, são esses mesmos que financiam as biqueiras vindo comprar droga pra se entupirem nas raves, nas baladas, nas praias no feriado prolongado.

Agora a contagem de corpos continua, muito choro e dor pras famílias que já sofrem na pele as mazelas da exclusão social, da fome, da doença e do descaso, pessoas que tiveram gerações inteiras perdidas por conta da absoluta miséria, pessoas que não tiveram uma opção, uma chance sequer de mostrar que queriam trabalhar, estudar, ser produtivos pra sociedade e muito mais importantes para seus entes queridos, infelizmente a vida bandida foi um modo de sustentar sua família, aquilo que restou de alternativa real de sobrevivência.

A cada meia hora os canais informam sobre um novo tiroteio, cenas de pessoas correndo com medo, carros em contramão um policial diz que as favelas agora pertencem ao Estado! Que ironia, fico pensando comigo! Como pode? Anos e anos de esquecimento e agora um policial vem falar isso, é demais mesmo.

Fico sensibilizado com o povo do Rio de janeiro, espero que as coisas se resolvam sem sangue derramado, que esse governo pense melhor a respeito da idéia de ocupação e eliminação de pessoas marginalizadas e faço uma critica as pessoas que compactuam com esses ideais, precisamos de liberdade, de moradia, de emprego, de educação, de dignidade, não de políticas públicas voltadas pra barbárie; “aquele de não se enquadrar ao sistema vamos eliminar.” Se fosse assim tinha muita gente ai nos 3 poderes que há esta hora estariam dentro do caixão!

Por Fanti Manumilde

@FANTIMANUMILDE

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