terça-feira, setembro 29, 2009

ANO DA FRANÇA NO BRASIL-HELIOPOLIS SP QUITUTES E BATUQUES-CIRCUITO DO JAZZ


Salve comunidade de Heliópolis, minhas felicitações pela semana cultural que aconteceu por aqui, estão todos de parabéns pelo raro evento ocorrido que com certeza já entrou pra história da comunidade e por que não do estado de São Paulo. Embora não ter visto a mídia cobrindo o evento de proporções internacionais tudo rolou maravilhosamente bem. É o ano da França no Brasil, com artistas de vários países. Les Nubians da frança, Adama da França e Gana e os grupos Muleque de Rua, Avante o Coletivo, Fanti Manumilde, Heliópolis Breakers e Lata na Favela ambos do Brasil. Evento esse intitulado Quitutes e Batuques.

Tudo começou na segunda feira (dia 21/09/09) com o pessoal fazendo oficinas culturais com as crianças de Heliópolis e intercambio cultural, na quarta-feira rolou o ensaio geral na escola Ceu Meninos no qual fiz uma intervenção poética, precedendo o show de sábado. No Teatro São Pedro, Barra Funda São Paulo.

No sábado foi o show do evento cultural Ano da França no Brasil, chegamos ao teatro pela tarde pra passar o som, pra minha sorte as Les Nubians estavam no palco, nunca vi umas artistas de nível internacional com tanta humildade, trocamos varias idéias apesar da diferença de idiomas e sem falar do parceiro Adama maior figurassa.

Depois de toda galera passar e deixar o som tinindo o show começou isso lá pelas 5 da tarde. A abertura se deu com as crianças das oficinas das Francesas e o grupo Muleque de Rua, na seqüência entrou o poeta Fanti Manumilde (eu) declamando o poema És tudo pra mim de autoria própria, depois veio o grupo Lata na Favela, Heliópolis Breakers e Avante o Coletivo encerrando assim a primeira parte do evento com artistas de Heliópolis.

A segunda parte começou lá pelas 9 da noite com o Muleque de Rua fazendo uma performance muito louca, com instrumentos inventados por eles mesmos, depois foi a vez do cantor Adama dar show com sua citara, levantando a galera que lotava todo o teatro, coisa linda de ver, com sua alegria e simplicidade e finalmente as irmãs Les Nubians encerrando com chave de ouro a nossa noite de gala.

Com um som inconfundível e uma pegada suave foram dominando a platéia eufórica e encantada com tanto talento e sutileza. Um show pra se guardar na memória para sempre, mas como tudo pode acontecer o final foi bastante inusitado, na última música as irmãs resolveram chamar os artistas que haviam se apresentado daí não deu outra uma Jam Session muito louca, Les Nubians, Avante o Coletivo, Fanti Manumilde, Adama e o Muleque de Rua, muita emoção rolou entre a gente num clima de total liberdade e união naquele teatro que as vezes está tão distante das pessoas de comunidades e que nós fizemos de um templo de poesia, música e simplicidade.

Foi memorável, mas não parou por aí, a semana se encerrou mesmo foi no domingo aqui em Heliópolis com o cortejo cultural organizado pela Unas e pelo Avante O Coletivo, com a presença de todos artistas que participaram do evento. Saímos do CCA Pam e percorremos várias ruas da comunidade, faltou passar pela Pilões mas está bom, todo mundo na maior euforia nunca vi festa tão linda e como eu já disse entrou pra história.

Do jeito que pude fui mandando um axé no microfone convidando a comunidade que correspondeu logicamente, a batucada ficou a cargo do Lata na Favela e dos percussionistas do Muleque de Rua e com algumas pessoas da comunidade que chegaram pra somar. O sol brilhava lindo no céu, sorrisos estampados se tornou uma constante. O cortejo arrastou uma pequena multidão, doces, balas e pirulitos foram distribuídos pra criançada.

O cortejo rolou das 15 h até as 17h30min acabando na frente da quadra da Unas, onde a galera ficou por mais de uma hora se congratulando, tirando fotos pra recordações e simplesmente trocando uma idéia. Realmente foi uma semana se cultura intensa pra toda comunidade, ninguém noticiou, mas aconteceu, não teve violência e sim arte, alegria e paz, muita paz, deve ser por isso, não dá ibope pra eles, mas é tudo nosso estamos aí, valeu Comunidade de Heliópolis, sem mais.

Fanti Manumilde, Avante o Coletivo, Lata na Favela, Heliópolis Breakers, Muleque de Rua, Adama e Les Nubians, valeu o intercambio é tudo nosso. Paz todos.

fantimanumilde@hotmail.com

www.myspace.com/fantisolo

www.fantimanumilde,blogspot.com

quinta-feira, setembro 24, 2009


LES NUBIAN DIRETO DA FRANÇA



AS MINAS DO LES NUBIAN ENSAIANDO NO CEU MENINOS



FANTI MANUMILDE E LES NUBIAN



FANTI MANUMILDE E LES NUBIAN


SALVE GERAL, DIA 23/09/09 ROLOU NO CEU MENINOS UM ENSAIO COM NADA MENOS QUE AS MINAS DO LES NUBIAN, DIRETO DA FRANÇA.
UMA ATRAÇÃO QUE FAZ PARTE DAS COMEMORAÇÃOES DO ANO DA FRANÇA NO BRASIL, QUE SERÁ REALIZADO NA BARRA FUNDA E EM HELIOPÓLIS, COM A PARTICIPAÇÃO DO GRUPO DE RAP AVANTE O COLETIVO, LATA NA FAVELA, BREAK DANCE NTRE OUTROS.
MAIS DA PROGRAMAÇÃO VEM ABAIXO.....


  • Dia 26/09 - Sab
    17:00 h
    Artistas de Heliópolis
    Lata Na Favela
    Avante O Coletivo

    Local: Theatro São Pedro


    Intervalo
    Degustação de Quitutes no Intervalo
    Local: Theatro São Pedro

    20:00 h
    Show Quitutes e Batuques
    Les Nubians
    Moleque de Rua
    Adama Yalomba
    Participação de convidados Brasileiros
    Exibição especial de vídeo de Zangro
    Local: Theatro São Pedro
  • Dia 27/09 - Dom
    13 h30
    Cortejo com:
    Les Nubians (R&B)
    Lata na Favela (Percussão)
    Adama Yalombá (Canto e dança africana)
    Oleg Fateev (arcodeom)
    Amsterdam Klezmer Band (Klezmer)
    Moleque de Rua (MPB e influências Afro)
    Break B. Boys (Break/ dança)
    Avante O Coletivo (RAP)

    Local: Heliópolis

sábado, setembro 19, 2009

PELAS PERIFERIAS DO BRASIL


aê rapa tamo chegandoooooo!!!!!!

HOJE FOI UM DIA LINDO

HOJE FOI UM DIA LINDO

Hoje foi um dia lindo, pra ser mais preciso foi poético. Acordei cedo com o cantar de um bem te vi ao longe, como seu canto soava bonito. Lembrei suavemente da noite que tivera com minha patroa, sorri ainda meio sonolento.

Procurei-a, percebi que tomava um banho, não me contive e segui em direção ao banheiro. O silêncio da manhã é mesmo muito bom, a claridade vinda da rua denunciava um dia ensolarado, algo que tranqüiliza, mas os dias de chuva também são ótimos.

Minha gata permitiu outra aproximação e já pelado adentrei embaixo do chuveiro, nos beijamos loucamente e nos amamos como nos velhos tempos, a melhor coisa do mundo e o nosso amor perdura assim livremente.

Depois do banho fui até a padaria, as crianças ainda dormiam , comprei pão, leite, pão de queijo pros pequenos, frios e língua de sogra. Meu amor ficou passando um cafezinho daqueles deliciosos como só ela sabe passar. Pra saber das noticias comprei um jornal.

Ao retornar as crianças já tinham acordado, me receberam ao portão com a maior euforia do mundo, parecia que eles não me viam há tempos, abracei-os com bastante força e com beijos me deram bom dia.Saíram em disparada com as sacolas pra dentro de casa, tomamos um café da manhã, reunidos na mesa, unidos com maior alegria. O dia começava preguiçoso, na rua as pessoas começavam a transitar, decidi varrer a porta de casa, Musael me ajudou com o lixo enquanto Dandaar ajudava sua mãe com afazeres domésticos.

Entramos pra guardar o lixo no saco plástico. Fui ler o jornal, sentado no meu banquinho de costume, minha patroa passava pra lá e pra cá, me atiçando... Preferi me concentrar na leitura do diário. Muitos afazeres ainda insistiam em aparecer, como todo domingo é de praxe tive que ir a feira comprar frutas pra crianças, entre hortaliças e etc. A feira é uma ótima tarefa de se fazer, fomos todos juntos, apesar de ser estafante, muita gente e tudo mais, é legal. Existe uma poética na feira que me encanta, tipo uma desordem organizada, deve ser o calor humano, as conversas, a pechincha. Por incrível que pareça a feira por aqui também é um ponto de encontro e apesar dos pequenos chorarem por pastel, não compramos, pois o almoço da gente seria meio que especial.

Fomos numa churrascaria perto de casa mesmo, pelo menos uma vez por mês tem que rolar; somos filhos de Deus também. Local agitado cheio de famílias contemplando a vida, garçons e garçonetes feitos loucos com bandejas correndo entre as mesas, o Musael deu até um chilique quando viu uma taça de sorvete enorme, queria de qualquer jeito, Elinha minha mulher, disse que era melhor pegar senão menino poderia ficar com vontade e adoecer, fazer, tive que fazer o pedido. Esbaldamos-nos com a taça de sorvete que deu pra nós quatro.

À tarde de domingo estava linda demais pra voltarmos e ficar assistindo Faustão ou qualquer coisa do tipo. Depois de batermos um rango da hora decidimos na hora ir ao museu do Ipiranga, só faltava uma câmera fotográfica, o celular deu conta do recado. Fomos caminhando pra fazer digestão, de ônibus talvez o Musael vomitasse, pois ele se enchera de sorvete e churrasco, como todos nós. A tarde era esplendida, uma brisa suave de mês de junho soprava pra amenizar o calor, apesar de ser inverno o sol queimava legal, coisa de São Paulo.

Pessoas faziam Cooper, andavam de bicicleta, desenvolvia caminhada, outros namoravam, tiravam fotos, sorriam, crianças corriam pra lá e pra cá e os nossos também, seus rostinhos já se avermelhavam de euforia. Tomamos picolé, água de coco, comemos algodão doce e pipoca, ficamos um bom tempo sentado na grama, só apreciando o caminhar das nuvens em seus formatos, bandos de pássaros pareciam se exibir pra nós, nos cortejando com seus cantos e sua liberdade.

Elinha lembrou-se das primeiras vezes que fomos ao museu, ainda namorados. Até da vez que cabulamos aula pra namorar no matagal que fica atrás da casa, que permanecemos até anoitecer. Depois sei que levamos a maior bronca dos nossos pais, mas foi legal. De vez em quando entre a gente um beijo era roubado discretamente, tornando-se numa brincadeira amorosa.

Há hora chegava sorrateira, sem a gente perceber já eram quase 5h da tarde, tivemos que ir embora, mas felizes da vida, porém o dia não tinha se acabado ainda. As crianças estavam mortas de cansaço, nem bem chegaram e já foram dormindo, deixando a gente mais a vontade para concluirmos nosso namoro que começamos no museu.

Depois de outra ducha revigorante estávamos refeitos, as crianças foram acordando e indo pro banho, uma jantinha leve os aguardavam, algumas frutas também. Após a janta ainda iríamos sair, pra encerrar o dia com chave de ouro é claro e a quermesse seria nosso paradeiro.

Todo ano este evento é esperado, aqui na comunidade bomba, milhares de pessoas lotam as ruas repletas de barracas de comidas típicas e de brincadeiras que as crianças curtem muito. Inevitavelmente fomos, no maior clima de alegria, vários amigos encontramos no caminho, casais abraçados seguiam em direção da festa, criança, muita criança, senhoras em frente de suas casas observam o movimento, um palco se mostrava enfeitado, haveria show de rap, samba e forró.

Eu esperando o show de rap é claro, Thaide e Racionais Mcs, Elinha aguardava o samba, enquanto isso levamos as crianças na barraca da pescaria pra tirar um lazer, comprei um a batida de maracujá pra ficar de boa, Elinha pegou um bolo de brigadeiro pra ela e pros pequenos, tudo correu como o esperado, um bom show de rap na quebrada, pessoas sorrindo, cantando e dançando, ali não vimos ódio, apenas descontração.

Noite estrelada e fria bastante convidativa, namorados se amavam e juravam amor eterno. As famílias estavam felizes, a pouco iriam pra suas casas, sem treta sem arrumação com ninguém, segunda feira se mostrava no calendário impunemente. Deu nosso horário, depois do show, quase 23h, saímos de boa com um sorriso estampado no rosto, íamos nos despedindo dos conhecidos, com votos de paz e tranqüilidade pra todos.

Puxa que dia que tivemos, esse foi vivido com intensidade, deu até certo cansaço, mas acompanhado de alegria, se todo dia fosse assim seria bom demais, não foi um sonho, embora possa parecer, mas veja que foi um dia simples de periférico, que todas essas coisas acontecem basta você querer se envolver, ver a vida de outra forma.

Sei não, mas acho que tivemos um dia lindo, principalmente pra nós, não é egoísmo não, sabemos o que acontece e ninguém está de bobeira, só sei que devemos viver a vida e procurar a nossa melhora e de quem está ao nosso redor. Hoje foi um dia lindo. Simplesmente.

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www.mypace.com/fantisolo

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quinta-feira, setembro 17, 2009



O filme mais aguardado do ano.............pelo menos nas quebradas....
Lançamento (Outubro/2009)

* Aguardem relação de locais de datas das exibições.....


PROFISSÃO MC

Um filme de Alessandro Buzo e Toni Nogueira


SINOPSE


Profissão Mc traz a estória de um rapper na periferia que num momento delicado de sua vida, desempregado e com a namorada grávida, recebe duas propostas: uma para entrar no tráfico de drogas e outra para seguir apostando no RAP.
Profissão MC é um filme sobre oportunidades, ou falta delas.
Este filme não captou um único real para ser produzido e pretende ser exibido em várias comunidades pelo Brasil.
Este filme é a estréia de Alessandro Buzo, como Diretor, junto ao experiente Toni Nogueira

sexta-feira, setembro 11, 2009

FANTI MANUMILDE

Fanti Manumilde

Está no Hip Hop desde o início da década de 90, evoluindo com o movimento com o decorrer dos anos. Já teve um grupo antes, mas agora vem como artista solo, com vários manos dando um apoio necessário, lançou um EP no ano de 2008 em parceria com o produtor Ivonverine dj. Atualmente está fazendo um quadro dentro do programa revolução rap, Rádio Heliópolis, chamado INFORMACULTURA, tratando de questões relacionadas com a cultura, especialmente a poesia, também participa no programa catraca livre, com DJ Reginaldo, Rádio Heliópolis. Centrando-se sobre as questões da nossa vida quotidiana e também sobre a cultura.

Participa efetivamente da Cooperifa, em várias atividades que o coletivo desenvolve sem falar do sarau, todas as quartas-feiras. No Céu Meninos, durante o ano de 2008, fizemos o evento, Nós por Nóis, com a produção dos membros do revolução rap, Avante O Coletivo e o cogitasom estúdios. Recebeu dois prêmios Cooperifa, em 2007 e 2008, está fazendo o seu livro, O Carrinho de Rolimã. E o disco está chegando pra fazer barulho!

WWW.FANTIMANUMILDE.BLOGSPOT.COM

WWW.MYSPACE.COM/FANTISOLO

BAIXE MEUS SONS

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quinta-feira, setembro 10, 2009

CABANAGEM

Gravura representando a dominação dos cabanos sobre a cidade Belém, capital do Pará.



A questão da autonomia política foi, desde a independência, a grande força motriz motivadora de diversos conflitos e revoltas no Brasil. Na província do Pará, a péssima condição de vida das camadas mais baixas da população e a insatisfação das elites locais representavam a crise de legitimidade sofrida pelos representantes locais do poder imperial. Além disso, a relação conflituosa entre os paraenses e os comerciantes portugueses acentuava outro aspecto da tensão sócio-econômica da região.

A abdicação de Dom Pedro I e ascensão do governo regencial estabeleceram a deflagração de um movimento iniciado em 1832. Naquele ano, um grupo armado impediu a posse do governador nomeado pela regência e exigia a expulsão dos comerciantes portugueses da província. No ano seguinte, Bernardo Lobo de Sousa, novo governador nomeado, administrou o Pará de maneira opressiva e autoritária. Desta maneira, abriam-se tensões e a possibilidade de uma nova revolta provincial.

Em 1835, um motim organizado pelo fazendeiro Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre prendeu e executou o governador Bernardo Lobo de Sousa. Os rebelados, também chamados de cabanos, instalaram um novo governo controlado por Malcher. Francisco Vinagre, líder das tropas do novo governo, se desentendeu com o novo governador. Aproveitando de seu controle sobre as forças militares, tentou tomar o governo, mas foi preso pelo governador. Em resposta, Antônio Vinagre, irmão de Francisco, assassinou Félix Clemente Malcher e colocou Francisco Vinagre na liderança do novo governo.

Nessa nova etapa, Eduardo Angelim, líder popular, ascendia entre os revoltosos. A saída das elites do movimento causou o enfraquecimento da revolta. Tentando aproveitar desta situação, as autoridades imperiais enviaram o almirante britânico John Taylor, que retomou o controle sobre Belém, capital da província. No entanto, a ampla adesão popular do movimento não se submeteu à vitória imperial. Um exército de 3 mil homens liderados por Angelim retomou a capital e proclamou um governo republicano independente.

O governo, agora controlado por Angelim, abria possibilidades para a resolução dos problemas sociais e econômicos que afligiam as camadas populares. No entanto, a falta de apoio político de outras províncias e a carestia de recursos prejudicou a estabilidade da república popular. Sucessivas investidas militares imperiais foram enfraquecendo o movimento cabano. Em 1836, Eduardo Angelim foi capturado pelas autoridades do governo imperial.

Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar um movimento de oposição ao governo.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Período Regencial - Brasil Monarquia
História do Brasil - Brasil Escola

quarta-feira, setembro 09, 2009

Heliópolis sitiada

O sentimento infelizmente é de revolta, de luto e de inconformismo, mais uma vez a historia se repete e emplaca nossa comunidade nos noticiários. O que eles querem de verdade da gente? Já não basta o extermínio de pretos e pobres favelados, já não basta essa política assassina de segurança publica, ou seja, de limpeza social, agora seus revolveres são apontados para nossas crianças, talvez queiram cortar o mal pela raiz mesmo!

Vão fazendo o que bem entendem conosco. Matando, matando e matando, só neste ano aqui em Heliópolis quatro pessoas inocente foram baleadas por policiais, sendo que três delas eram menores de idade.

Em junho passado, após um incidente numa quermesse. A polícia abriu fogo contra a multidão, baleando pelo menos duas pessoas, uma moça de maior e um menor de idade, esse último veio a falecer no local. No mês de julho, depois de uma suposta perseguição e troca de tiros dentro da favela, uma menina de 7 anos foi baleada em frente de sua casa enquanto brincava numa quarta feira as 19 h. Disparo efetuado por policial da ROCAM, fato esse que ocasionou um forte protesto da população, chegando à um principio de tentativa de linchamento para com o policial, que foi resguardado por moradores da própria comunidade, detalhe que a chaves da moto foi confiscada e devolvida só depois de muita negociação.

Infelizmente a rotina se repetiu, mais uma vez, a estupidez, ignorância e imprudência se fizeram presente. O fato é que houve um assalto em São Caetano do Sul, que faz divisa com a favela de Heliópolis, dois elementos supostamente daqui, roubaram um carro e deram fuga pra cá perseguidos pela guarda civil metropolitana, de São Caetano do Sul.

Pelo fator de jurisdição eles não poderiam entrar no município de São Paulo, mas o fizeram, outro erro é que o policial envolvido na perseguição tinha sido expulso da policia militar de São Paulo e contratado pela GCM do município, parece mentira, mas não é!

Pra piorar os meliantes entrou em fuga na favela, com os policiais atrás dando tiros a reveria, como se fosse num safári, o resultado infelizmente todos já sabem! Mais uma pessoa inocente baleada.

Uma moradora, uma mãe, uma filha, uma jovem sonhadora de dezessete anos, alvejada mortalmente na cabeça, sem chance pra nada, nada!

O que se fazer agora? Quem consola a dor dessa família? Sonhos foram escorrendo num espesso liquido vermelho, que cobria o asfalto quente. Era o fim de tudo e o começo da revolta. O estopim. Uma vida ceifada a gosto do que?

Em volta d tanta opressão e violência o povo se rebelou e foi pra rua sim, extravasar a dor reprimida, a dor do alheio e com reações adversas. O que se sucedeu no dia 1 de setembro de 09 foi inevitável, não tem receita pra protesto, simplesmente acontece é tipo uma revolução. A rua é um espaço democrático e virou um campo de batalha.

Tiros de borracha e de verdade eram disparados, bombas de efeito moral de gás de pimenta completavam a cena caótica recheada de pauladas entre outras barbaridades, ônibus, carros e lixeiras ardiam em brasa. O senso de revolução é oposto ao senso de propriedade, muitas pessoas da comunidade, discordaram do protesto por causa da queima de veículos por ser uma propriedade, com razão ou não! Mas se não vamos pra rua, o que vai se fazer?

Ficamos sentados esperando a próxima vitima da impunidade? Protesto sem revolta não é protesto é passeata com dia e hora marcada, não estou fazendo apologia de nada, apenas fazendo uma observação. O povo cansou de humilhação, de opressão, de ser considerado um nada, pagamos o salário dos policiais pra nos proteger e não nos exterminar.

É o nosso direito e ninguém pode nega, tão pouco a mídia, com sua total parcialidade e com o seu showzinho a parte que todos viram. Cadeia neles! Assassinos! Em nome de Ana Cristina de Macedo de toda sua família e de toda comunidade de Heliópolis, “TAMO JUNTO” e inconformados.

Solidários a Capão Redondo, Paraisópolis, Favela do Tiquatira, Rocinha e a todos que resistem a opressão do sistema.

É tipo o palestino tacando pedra no exercito de Israel.


PROFISSÃO MC O FILME